Amyr Klink, a bordo do lâmpara flutuante.
Vou ser sincera ao dizer, que ao ver o título do livro de Amyr Klink, "Cem Dias Entre Céu e Mar", não fiquei muito entusiasmada com a idéia da leitura que estava por vir, porém depois da compra do livro, e de muitissímas boas recomendações de todos que já haviam tido o livro nas mãos, fiquei, digamos, curiosa, e daí então, resolvi começar de uma vez por todas.
Após alguns capítulos lidos, comecei a me interessar pela história desse brasileiro maluco! Quem, em sã consciência, teria a idéia de fazer uma travessia pelo Atlântico em um simples barco a remo, sozinho, no meio de toda essa imensidão? Somente um apaixonado pelo mar!
Lendo o livro, e tentando entender um pouco mais seus pensamentos, comecei a achar ele menos maluco, e comparar essa fissura que ele tem pelo mar, com a fissura que eu tenho pela música e pela fotografia, e que outros tem por animais, por carros, enfim...vi que é um amor, uma paixão indescritível, mas que ele consegue transmitir em palavras e provocar arrepio nos leitores.
Ver a determinação que ele teve, é estimulante. Todo o preparo, estudos, pesquisas, não é pra qualquer surfista, tem que ter muita coragem mesmo! Com a ajuda de toda a tecnologia, preparou cardápios especiais, como comida desidratada, desenvolvida especialmente para esse projeto, ele comia até risoto em alto mar, como podemos ver, de fome ele não morreria de jeito nenhum.
Fora as histórias dos animais que ele relata, os únicos companheiros que estavam lá, marcando ponto todos os dias, vão das mais encantadoras, até as mais assutadoras. Os dourados que o acompanhavam, que ele até nomeou, e que segundo Amyr, o avisavam quando o perigo estava a caminho. Tem coisa mais emocionante do que ver seus únicos companheiros tentando lhe passar segurança?
E os tubarões e baleias que muitas vezes iam acordá-lo no meio da noite? Talvez só por diversão mais conseguiam tirar seu sono, e não é pra menos, não é mesmo? Muitas vezes lá estava ele, com seu barco tombado, graças a esses animais, que adoravam o assustar.
A viagem de Amyr foi muito conturbada, chegou a vencer ondas de até 16 metros de altura, e diversas vezes ele teve medo de alguma coisa dar errado, acabando com esse projeto que exigiu tanto dele e de outras pessoas, que confiaram e acreditaram que a travessia seria possível, mas em nenhum momento ele pensou em desistir! Apesar de ficar tanto tempo sem contato com humanos, a sede de vitória lhe dava mais força e fazia com que ele esquecesse do cansaço e das dificuldades pelas quais ele vinha passando. E com certeza, essa perseverança que ele teve, foi um dos principais pontos que o fez concluir essa tarefa tão importante em sua vida.
Muitas vezes o silêncio do mar o surpreendia e o distraia durante horas de remadas, fazendo-o lembrar de sua família e seus amigos, pessoas queridas que ele morria de saudades, e a cada pensamento, cada pessoa lembrada, ele se sentia mais motivado a continuar, querendo chegar mais rápido ao encontro dessas pessoas que também o aguardavam ansiosamente.
Muitas vezes o silêncio do mar o surpreendia e o distraia durante horas de remadas, fazendo-o lembrar de sua família e seus amigos, pessoas queridas que ele morria de saudades, e a cada pensamento, cada pessoa lembrada, ele se sentia mais motivado a continuar, querendo chegar mais rápido ao encontro dessas pessoas que também o aguardavam ansiosamente.
Pois foi assim, com muita garra e luta, que depois de 101 dias de viagem a bordo do "lâmpada flutuante" (apelido que foi dado ao minúsculo barco a remo), desde o porto de Luderitz, na África do Sul, até a praia da Espera, no litoral baiano, que Amyr Klink concluiu a primeira de muitas jornadas no mar que estavam por vir. Essa foi só o começo da vida cheia de desafios que ele escolheu, e que o faz feliz! Afinal, não há mais dúvidas sobre a toda a felicidade que lhe é proporcionada, quando ele está a bordo de um barco.
Ele levou essa viagem como uma lição de vida, um exemplo de força e conquista, e isso é compartilhado com qualquer pessoa que lê um de seus livros. Aí fica a dica pra quem ainda não leu! :)
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